A Construção descompôs
Lembranças de concreto
Ébrias, foram depressa
Para o barraco novo
Poupe as lágrimas
Não há razão pra tanto
Flores duram mais n'água
Que um choro de criança
A um choro de fome
desesperada,
Abafavam martelos
na Ponte Estaiada.
Não ouvi o choro
Porque não há tempo
Nem sequer silêncio
Para ser quebrado.
8 comments:
Muito bom mesmo, Bia.
Nunca tinha visto um poema seu assim, meio seco, meio amargo.
Tocaram fundo suas palavras...
Beijos e borboleteios!
Juntei os dez centavos com a desconstrução e vi que poderiam até ser variações de um mesmo tema... do alto do andaime a gente finge que não vê, ou fica em cima da ponte, sem ouvir o choro da criança... não há razão para as lágrimas, não há tempo, pois a gente tem que seguir a vida com guaraná e café...
Saudades daqui, amiga, desta tua forma contundente de mostrar aspectos da vida.
Ternas as imagens (das duas postagens).
Deixo um ramalhete de violetas azuis para enfeitar teu domingo e também um beijo no coração!
Na desarrumação, com lágrimas e desconstrução, a gente se reorganiza, mesmo de devagarinho, e constrói um novo lugar. Isso é que é bacana.
Beijos
Desconstruir e reconstruir algo diferente. Isto é um ciclo incessante...
Poema belo, árido e instigante.
é uma oposição ao em construção da flora?
Para Darshany: não, anjinho... inda que a letra fosse dela mesma, e não de uma música de chico buarque, não pensei nisso na hora.
[gnt, obrigada pelas palavras doces, esse blog só existe por vcs!]
x)
bia,
sua capacidade de incorporar outras vidas é sensacional. o que me impressionou foi a dureza do eu-poético, deixa isso acontecer....
abs,
fernando
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